SER MAGRA ESTÁ NA MODA?

Se você é mulher e está conectada, com certeza já sentiu a pressão dos padrões de beleza que surgem e mudam constantemente. Muitas vezes, somos levadas a tentar nos encaixar neles a qualquer custo, mesmo que isso afete nossa saúde. Nos últimos três meses, por exemplo, a procura por remédios de emagrecimento aumentou mais de 500%, e também cresceu o consumo de chás emagrecedores e as consultas com nutricionistas focados em perda de peso. Mas o que nos leva a buscar tanto por isso?

Um exemplo recente é o famoso áudio no TikTok, “magras, magras, magras”, que viralizou e está sendo usado até por meninas muito jovens. O culto à magreza não é novidade, basta relembrarmos o estilo “Heroin Chic” dos anos 90, quando modelos como Kate Moss, mesmo lidando com distúrbios alimentares, eram exaltadas como o padrão de beleza. Na época, roupas provocantes em corpos extremamente magros eram o sonho de muitas mulheres, e em 2024, nos deparamos com um cenário extremamente similar.

Hoje, vemos algo parecido com a fama do Ozempic, um medicamento para diabetes tipo 2 que virou tendência para emagrecimento devido ao seu efeito de saciedade e auxilio na perda de peso. Mas os efeitos colaterais — como náuseas, fadiga e até desnutrição — acabam sendo ignorados. E isso levanta uma questão: até onde essa busca por um “corpo perfeito” pode nos levar? Como essa pressão afeta nossa saúde mental e física, e quais consequências ela traz, como distúrbios alimentares, por exemplo?

Nas passarelas, estamos sendo bombardeados por corpos magros, onde antes estavam prezando pela diversidade e inclusão de corpos e hoje o padrão dos anos 90 vem ganhando força novamente. A volta do Victoria’s Secret Fashion Show mostra de maneira simples como o culto à magreza está apenas no início.

A moda sempre teve o poder de ditar padrões, mas será que cabe a ela toda a responsabilidade? E quanto disso depende de como escolhemos ser influenciadas? Esse cenário nos leva a pensar no impacto que estamos permitindo que ele tenha nas nossas vidas e na nossa saúde — afinal, enquanto buscamos esses padrões, muitas pessoas que realmente precisam desses medicamentos acabam não os encontrando.

Será que não está na hora de olhar com mais atenção para esses impactos e refletir: onde podemos traçar o limite entre inspiração e imposição? Até onde é saudável seguirmos tendências e nos submeter à elas?